Arquitectura na Favela

O projecto de Rodrigo Azevedo, no atelier AAA Azevedo Arquitectos Associados, deu forma ao Mercado Popular da Rocinha, no principal ponto de concentração de vendedores ambulantes, na entrada de uma das mais conhecidas favelas do Rio de Janeiro.

As actividades comerciais foram organizadas sob uma cobertura única em lona tensionada, apoiada em pilares metálicos, ancorados em betão. Desse material o autor extraiu a leveza plástica da obra e solucionou questões técnicas, como o escoamento de águas pluviais, por exemplo.

O terreno para implantação da proposta é uma rua com 150 metros de extensão, com largura variável de 6 a 20 metros, por onde transitam diariamente 50 mil pessoas.

A solução desenvolvida por Azevedo organizou as actividades sob uma cobertura única, procurando a fluidez, permeabilidade visual e sobretudo leveza. Este elemento tem uma forma plasticamente forte e de fácil leitura por usuários e transeuntes.

Um volume construído em alvenaria centraliza sanitários, administração e casa de maquinas - a climatização artificial é feita por aspersores. Os 166 vendedores do mercado ocupam módulos de estrutura metálica, onde comercializam roupas, produtos electrónicos bebidas e afins.

O Mercado Popular da Rocinha funciona 24 horas por dia e tornou-se uma referência urbana no Rio de Janeiro.

"Os mercados populares são um dos elementos mais interessantes da cultura nacional. Eles são responsáveis pela renda de uma sequência de pessoas, desde produtores, artesãos e pequenas fábricas até lixeiros, carregadores e feirantes. Ao mesmo tempo, constituem alternativa de consumo a preços normalmente inferiores aos do comércio formal", explica o arquitecto.